Letra cursiva e a sua importância nos anos iniciais do Ensino Fundamental

O aprendizado da letra cursiva é um dos mais esperados pela família, a partir do momento em que os pequenos entram na escola. O que precisamos compreender é que existem alguns processos importantes antes de aprender a escrever a famosa “letra de mão”.

Desde a Educação Infantil, antes de serem alfabetizadas, as crianças vivenciam e realizam muitas atividades com o objetivo de desenvolver habilidades, que lhes possibilitarão o exercício da coordenação motora fina e viso-motora, a preensão adequada do lápis e a postura correta para sentar. São etapas importantes para que, no decorrer do processo de alfabetização, elas se apropriem do traçado correto das letras.

De acordo com especialistas, quando a criança está aprendendo a letra cursiva, o cérebro é estimulado a partir de determinadas áreas simbólicas e motoras. O treinamento da escrita a partir da técnica cursiva auxilia bastante no que diz respeito à coordenação motora, já que o aluno vai depender de concentração para realizar os contornos que formarão as letras.

Para compreendermos a importância da letra cursiva, é preciso lembrar que escrever é um ato relacionado às nossas práticas sociais. Quer ver alguns exemplos? A escrita de recados no bloco de notas, cartas ou bilhetes sempre se fizeram presentes no cotidiano das relações sociais. Afinal, a escrita integra a comunicação, que é composta por: mensagem, emissor e receptor.  É importante que a criança desenvolva esse olhar durante seu processo de aprendizado. Sem contar que a letra cursiva carrega traços de família, já perceberam?

Outra coisa que precisamos compreender é que, antes de escrever -seja letra cursiva ou de imprensa-, as mãos da criança precisam trabalhar em muitas outras atividades, como: brincar de massinha, descascar alimentos (como banana ou mexerica), empilhar blocos lógicos, rosquear tampas de garrafa pet e muito mais.

 

Letra cursiva: com paciência e sem pressão

A letra também está relacionada à personalidade da pessoa e sua individualidade. Forçar a criança a escrever com letra cursiva não é uma atitude legal! Tudo tem sua hora!

Para que a criança possa desenvolver a escrita cursiva de maneira mais ampla e significativa, é fundamental que se respeite o tempo dela. Algumas aprenderão com mais destreza, enquanto outras levarão mais tempo, e isso é perfeitamente normal.

Então, muita paciência, calma e respeito neste processo. Não saber escrever com a letra cursiva não significa que a criança não vá aprender (inclusive, uma coisa não tem nada a ver com a outra). Possibilite a ela vivências que auxiliarão futuramente, quando for o momento de traçar novas letras! 

Para um bom desenvolvimento e aprendizado da letra cursiva é importante que as crianças sigam os traçados ensinados pela professora. 

Ainda que na vida adulta não seja obrigatória a utilização da letra cursiva, é necessário que as crianças conheçam e aprendam todas as letras que lhe são apresentadas na fase escolar e no seu dia a dia em geral.

 

O aprendizado nunca acaba!

Mesmo depois que a criança aprende a letra cursiva, seu treino contínuo possibilita avanços na coordenação motora, porque a criança precisa se concentrar para realizar cada “tracinho”. Então, vale lembrar que toda fase tem seus aprendizados: antes, durante e depois da alfabetização. 

 

Abraços!

Professoras Léslie Vieira e Francislaine Marques

 

Léslie Aparecida Fortes Vieira
Pedagoga / Pós graduação em Psicopedagogia

Francislaine Aparecida Maciel Marques
Pedagoga/
Pós graduação em Educação Infantil

 

Oficina de Jogos

Você sabe que toda criança pode aprender brincando, não é?

A brincadeira é uma forma que a criança encontra para relacionar-se com as pessoas e com o mundo que está à sua volta. É brincando que ela vai refletir seu modo de agir, desenvolver sua criatividade, imaginação, autonomia, estabelecer relações sociais e construir conhecimentos.

Portanto, mergulhar no universo lúdico é fundamental no ensino-aprendizagem infantil, é compreender que o ato brincar, além de prazeroso, proporcionará experiências incríveis que contribuirá na formação de identidade da nossa criança.

E nesse caminho aprender brincando, nossos pequenos encontrarão o desafio de lidar com as regras, e consequentemente, lidar com as emoções e sentimentos. E como a criança estará preparada emocionalmente para controlar suas atitudes e emoções? Brincando!

Com os jogos de regras elas irão desenvolver o raciocínio lógico, levantar hipóteses para a solução de problemas, e claro, compartilhar a alegria do brincar. O saber esperar a vez, o ganhar, o perder, o respeitar e discordar de opiniões também fazem parte do processo.

E por acreditarmos na importância do lúdico, iremos realizar na próxima sexta-feira uma “Oficina de Jogos”, significativos, prazerosos e indispensáveis no processo de aprendizagem dos nossos alunos.

Professora Letícia Fagundes

Professora Letícia Fagundes

 

É mais uma Gincana C.C.C.

“É mais uma Gincana C.C.C.
Hoje é dia de extravasar
Mas tudo com regra, alegria e emoção
Irei defender a cor do coração
Mas se eu não ganhar
A tristeza não vai me pegar
Eu vou jogar meu corpo pra lá
E depois jogar minhas mãos para o ar
Dar um abraço apertado
Em quem está ao meu lado
E depois gritar …”

(Hino Oficial da Gincana)

Já nem sabemos mais que número é esta edição da nossa tão esperada Gincana C.C.C.!!! O que realmente sabemos é que a alegria vai contagiando todos os espaços do C.C.C. , perpassando pelos berçários, educação infantil, ensino fundamental, professores, funcionários e gestão.

A Gincana C.C.C. surgiu da lembrança de nosso tempo de criança, quando em outros formatos, participávamos de atividades culturais e recreativas em algum período do ano escolar. Assim, em nossa primeira oportunidade, resgatamos isso aqui no C.C.C.

Mas o que isso tem a ver com aprendizado?

De longe já ensinamos a trabalhar em equipe, o que é muito válido no mundo adulto. Além disto, lutar pelo objetivo desejado, formar alianças, respeitar o oponente, superação, são características deste grande movimento estudantil.

Mais profundamente, falando em “pedagogês”, desenvolvemos competências e habilidades em diversas disciplinas: educação física com as provas motoras em que não é preciso ter habilidade e sim, esforço. Artes quando o visual das equipes importa, quando a criatividade entre os alunos reina, a música fica inerente ao processo. Língua Portuguesa através das paródias musicais, do estabelecimento de textos instrucionais a partir das regras que os líderes formulam para sua equipe, da interpretação textual e das normas gramaticais que resultam em deliciosas provas como “Torta na cara” (quantas e quantas vezes o erro é proposital para que o doce momento seja lambuzado nos rostinhos mais lindos e vívidos!!!). Raciocínio lógico-matemático com as arrecadações, que além de serem solidárias, exercitam probabilidades, progressão aritmética, soma, divisão, multiplicação (e por aí vai…).

Enfim, nós Equipe C.C.C. passaremos dois intensos dias com nossos alunos (e ainda vai ter um “chorinho” depois) e vamos assim, alavancar o quarto bimestre deste ano.

Às famílias: vibrem, curtam as fotos, incentivem seus filhos! O resto? Deixem conosco!!!

Profª Me. Márcia Buzzato e Prof. Jeralty César Marcelino

Meu filho está fazendo birra. O que eu faço?

Quem convive com crianças entre dois anos e meio e quatro, sabe o quanto é difícil para elas compartilhar brinquedos, objetos e também o quanto estão imperativas em suas vontades em qualquer ambiente. Pode parecer, mas não se trata de uma atitude egoísta. Essa é uma característica do desenvolvimento infantil e acontece porque as crianças ainda não sabem coordenar seu ponto de vista com o do outro e estão construindo a ideia de propriedade, ou seja, precisam aprender a diferenciar o que é dela, o que é do outro e o que é de todos. Que existe a vontade dela e a vontade do outro.

Essa fase do desenvolvimento infantil é chamada de egocentrismo e se refere a um pensamento realista centrado no ponto de vista da criança. Ela não conhece outras perspectivas diferentes das suas e acredita que todo mundo percebe, sente e pensa da mesma maneira, ou seja, o mundo gira em torno dela.

Nesse sentido, pais e educadores assumem grande responsabilidade ao ajudar as crianças a superar a fase do egocentrismo com tranquilidade, mediando situações de conflito. Nas interações familiares as crianças têm a oportunidade de conhecer e vivenciar o amor e a compaixão. E esses sentimentos, aos poucos, substituem o ato egocêntrico. Já a escola, tem papel socializador e ajuda a criança a fazer essa mudança de forma sadia ao impregnar valores como a solidariedade e o respeito ao desejo do outro nas atividades propostas. Além disso, na escola aprende-se as regras do convívio social e isso ajudará a criança, entre outras coisas, a tornar-se capaz de dividir, ouvir o outro e a esperar a sua vez.

Psicólogos afirmam que nessa fase a criança não consegue perceber o outro. Também não mostra empatia em se colocar no lugar de outras pessoas. Não gosta de compartilhar atenção ou pertences e precisa sempre ter suas vontades satisfeitas. Além disso, não vê necessidade de explicar aquilo que diz ou faz, porque acredita que será sempre compreendida e tem dificuldade em lidar com frustrações porque não percebe nada além do seu próprio desejo e sentimento.
Para demonstrar sua insatisfação e ter suas vontades atendidas, as crianças podem fazer birra para chamar a atenção dos pais e professores, demonstrar certa agressividade e até mesmo atitudes melancólicas, se fazendo de vítima diante das situações de conflito.

Nessa fase, a criança se opõe a quase tudo e é justamente essa oposição que vai ajudar a construção da sua identidade, ou seja, a criança descobre quem ela é através do que ela não é. Ele é menino porque não é menina, ela é criança porque não é adulto. É dessa forma que as crianças se diferenciam das outras.

Ao achar que possui um objeto, ou melhor, “todos” os objetos, a criança confunde o “ter” com o “ser”, ou seja, ao disputar um brinquedo a criança busca assegurar a posse da sua própria personalidade. Nas situações de disputa, o desejo de propriedade conta mais que o objeto em si.

Nesse processo, é importante ser paciente e mostrar firmeza. Durante as situações de conflito, auxilie a criança ajudando-a a identificar diferentes perspectivas e olhar a situação por outros pontos de vista. Se for a disputa por um brinquedo, por exemplo, explique por que o outro não quer emprestar ou sugira que brinquem juntos. Se for um lanche, sugira que troquem um pouquinho para que ambos possam experimentar o que o outro trouxe. O objetivo é envolver as crianças na resolução do problema, para que futuramente ela possa fazer isso com independência. Ao promover essas interações permitimos que as crianças construam sua identidade e reconheçam seu jeito de ser.

Não tenham medo do choro ou da birra. Sejam firmes e expliquem que nem tudo pode ser como ela quer. Algumas situações ela escolherá como quer e em outras, o adulto decidirá com a autoridade de família ou de escola. Assim, a criança vai se entendendo no ambiente e vai crescendo saudável e segura.

Quando não se faz esta correção, quando se permite demais as vontades das crianças, a tendência é que ela se torne cada vez mais imperativa, aumente seus desejos ou que se torne insegura quando adolescente. Então, façamos nossos papeis. Fácil? Claro que não. Mas dá certo.
E olhem, se bem construído este processo, quando o egocentrismo voltar lá na adolescência, tudo será mais ameno.

Um grande abraço!

Profª Me. Márcia Buzzato
Diretora e Mãe
Out/2022

PodCasts com todos os nossos alunos

Muito falamos que esta geração de crianças e adolescentes tem pouca escuta e que são apenas digitais, o que traz vários prejuízos ao seu desenvolvimento.

Mas, saber disto não melhora a problemática. É preciso agir para resgatar o que sabemos ser importante na caminhada destes meninos e meninas.

E, pensando nisto, aliando a um tema escolar (Folclore), desenvolvemos PodCasts com todos os nossos alunos.

PodCasts são uma ferramenta da modernidade, que em linhas gerais, caracterizam se por um conteúdo de áudio, mas que lembram programas de rádio ou os saudosos discos e cds, porém, divulgados em redes sociais.

Atenção e seleção auditivas, linguagem oral evidenciada, estrutura das narrativas, produção textual, cultura popular foram os nossos objetivos com o lindo trabalho desenvolvido.

Trabalhamos com fábulas, contos de esperteza, contos populares e até lendas urbanas.

O resultado?

Ah, basta escutar um e depois deste, outro, mais outro, mais outro e … encantamento puro!

Ouça aqui:

https://colegiocriarecrescer.com.br/podcasts/


Professora Márcia Buzzato
Diretora do CCC
Mestre em Educação

Pai, filha e CCC

Com seus 3 aninhos, a pequena Júlia saiu do Rio de Janeiro e seguiu com seus pais para o interior do Pará. Sua mãe havia conseguido um emprego numa grande multinacional do ramo da mineração e foram morar na pequena e pacata cidade de Ourilândia do Norte.

Nunca ouviu falar? Pois é, eu não estava brincando quando usei as palavras “interior”, “Pará”, “pequena” e “pacata”. Vamos lá, “dê um Google”! Afinal, se está lendo esse texto você está na internet. Viu? Aposto que sua definição de “fim de mundo” foi atualizada. 

A vida era boa por lá. A empresa providenciou tudo: moradia, saneamento, transporte, estruturou a cidade e levou a franquia de um dos melhores colégios do Brasil para que os filhos de seus funcionários tivessem a melhor educação. Vou explicar melhor: a empresa construiu um colégio, com prédios, quadra, pátio, parque, tudo ao lado do condomínio que fez para as famílias. 

Passada essa etapa, era hora de voltar. Ocorre que depois de 3 anos, acostumamos a  viver em cidade pequena, sem trânsito, sem filas e sem tiros. O carioca é um sujeito que conhece o som dos tiros. Sério, sou capaz de escrever um outro artigo inteirinho só enunciando as diferenças entre barulhos de tiro de pistola, de fuzil, de fogos de artifício, de escapamento de moto, etc. Definitivamente não era isso que eu queria pra minha filha. Decidimos então ir para a cidade da avó da Júlia: Cachoeira Paulista, que não é tão pequena, mas possuía tudo aquilo que aprendemos a gostar.  

A cidade era perfeita. Só havia um problema: a menina havia recebido um ensino de primeira linha em nível nacional. Encontraríamos algo assim por lá?

Após muita visita e pesquisa, o CCC finalmente entrou em nossas vidas. A grade e o sistema de ensino eram muito semelhantes ao que ela possuía no antigo colégio. A adaptação foi imediata. Tia Aline, Tia Leslie, Tia Márcia, foram maravilhosas. Série após série, o colégio sempre manteve o nível. Eu tenho a impressão que o Criar e Crescer tem como metodologia o “não parar quieto”. Tem sempre alguma coisa acontecendo, e tudo fundamentado em ensinar e/ou construir alguma coisa. 

Gosto da maneira que nossos filhos são protagonistas. Eu virei o “Pai do Júlia”. Meu nome de batismo eu não lembro mais. Deve ser a idade. Meu relacionamento com a Júlia é maravilhoso. Eu jurava que conforme crescesse a criança ficaria insuportável. Pois a gente se curte, gostamos de estar juntos, de fazer coisas juntos e de não fazer nada juntos. Atualmente ela está no oitavo ano. O ensino fundamental está perto de terminar, e com ele, esse ciclo de nossas vidas. Eu sei que no futuro, quando lembrarmos dessa época, o CCC estará lá. E que doces lembranças nós teremos. 

Você, papai e mamãe de alunos do CCC. Parabéns pela sua escolha de colégio. Acertamos.

Autor: Pai da Júlia.
Profissão: Pai Júlia.
Hobby: Ser pai da Júlia.

Educação que conscientiza sempre. Educação que transforma!

Didática, insurgências políticas e ação

O formato escolar inscrito na lógica da modernidade oferece aos professores e professoras novos problemas que necessitam de novas abordagens e altas doses de dinamismo nos processos de ensino-aprendizagem, estes cada vez mais significativos para que respondam aos desafios da sociedade contemporânea. As promessas de igualdade e cidadania para todos frente a complexidade e pluralidade de questões e sujeitos envolvidos nos processos de ensino-aprendizagem requer da escola mais do que produtividade, avaliação e resultados. Para além do domínio do conteúdo e aquisição de habilidades básicas, busca-se hoje estratégias que superem o tecnicismo, pois entendemos que a didática é mais do um conjunto de procedimentos e técnicas. A técnica pura torna a escola um espaço homogêneo, o qual entendemos que a escola não faz parte. A escola é um espaço multicultural, que abriga e acolhe diversos saberes, histórias e atores sociais. 

A universalização da escolarização limita-nos a torná-la mais eficiente. É preciso reinventar a escola. E reinventar não é negar sua relevância. Reinventar exige de nós conhecer nossos processos históricos e romper vínculos com uma visão homogeneizadora e monocultural. É necessário questionamentos como: Que conhecimentos estamos privilegiando? Quais conteúdos continuamos a inviabilizar? Analisar o contexto político, social, econômico e cultural da nossa realidade nos trará novas perspectivas na construção de um caminho repleto de desafios. 

Neste caminhar notamos inúmeras dinâmicas de transformação da sociedade marcada por retrocessos, avanços, conquistas e perdas de direitos, intensificação das desigualdades, violências, discriminação e intolerância. Um contexto onde precisamos superar o cansaço e as vezes a desesperança. E a pergunta que fazemos é: como vencê-los? A resposta é única: promovendo o diálogo como fonte da humanização.

Mobilizar saberes e ações, desenvolver processos educacionais que confrontem a lógica do apagamento histórico que rompam com a homogeneização e favoreçam o protagonismo dos sujeitos sociais silenciados.

Nos últimos anos uma crescente preocupação com as questões étnico-raciais projeta-se no cenário nacional. Vem se discutindo a problemática das relações étnico-raciais e das diferenças culturais, produzindo inúmeras reflexões e pesquisas não somente no Brasil, mas também em toda a América latina. Tais mudanças ocorrem a partir do crescimento da própria conscientização política de grupos sociais, intensificando a confrontação de seus direitos e defesa de suas identidades. 

A partir de tais reflexões é possível considerarmos o desenvolvimento de políticas para a educação escolar. O amadurecimento dos movimentos sociais provocou a intensificação de debates a respeito da problemática étnico-racial e em respostas do Estado surgiram novas propostas de inclusão. 

A Lei 10.639 instituiu a obrigatoriedade do ensino de história africana e afro-brasileira nos currículos escolares, alterando a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB) desde o ano de 2003. Logo, a escassez de informação sobre a história africana e afro-brasileira acaba por promover o racismo em diferentes esferas e magnitudes. A inclusão da história africana e afro-brasileira no currículo mínimo torna-se fundamental para romper com o racismo presente na sociedade brasileira e representa um desafio para a própria disciplina de história, em gerar estratégias de superação do racismo, construindo projetos e iniciativas que atuem na diminuição das desigualdades raciais.

Ação mobilizadora

No dia 20 de novembro é celebrado o dia da Consciência Negra (data inclusa no calendário oficial nacional desde 2011). No Colégio resolvemos dedicar uma Semana da Consciência Negra, realizada entre os dias 15 e 19 de novembro de 2021. Esta ação pedagógica teve como objetivo tratar parcialmente a História africana e afro-brasileira para além dos conteúdos contemplados pelo currículo mínimo na disciplina de História. 

A proposta de atividade que guiou os estudantes do ensino fundamental 2 foi a elaboração de cartazes compostos de textos e imagens de pessoas negras que fossem grandes nomes da História mundial e que gerassem admiração por seus feitos. Políticos, cantores e cantoras, atores e atrizes, escritores e escritoras, filósofos e filósofas – do passado e da atualidade, que de alguma forma contribuíram com seus talentos e saberes na luta pela inserção do negro na sociedade diante aos desafios que lhes são impostos. 

A iniciativa debatida com os estudantes teve como ponto de partida gerar visibilidade e informação a partir da perspectiva do protagonismo de tais atores sociais, evidenciando suas histórias, lutas, invenções, publicações, teorias, arte etc. para que o dia da consciência negra não fosse apenas uma data de celebração, mas, principalmente, um momento de reflexão sobre o papel das pessoas negras na sociedade. 

Por Professora Carol Araújo
Disciplina de História
Fevereiro 2022

Oficinas de Redação: Um Olhar para o Futuro

Durante todo o ano de 2021 um projeto de produção textual, idealizado pelas professoras Márcia Buzzato e Elis Vital, foi desenvolvido com os alunos do Colégio Criar e Crescer. Desenvolver um projeto como esse em um período pandêmico foi um grande desafio, pois produzir uma redação a punho próprio sempre teve um valor inestimável e não queríamos que se perdesse ao longo dessa complicada fase.

O projeto consiste em se trabalhar os gêneros textuais e virtuais propostos pela apostila e expandi-los. Dessa forma, o aluno passa a ter contato não somente com gêneros jornalísticos – que é o foco do nosso material didático – mas também com gêneros literários, os quais nossa escola tradicionalmente preza para que sejam trabalhados.

Escrever é consequência de ler, não é à toa que pessoas que escrevem muito bem normalmente têm hábito de leitura. Sabendo que o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita ainda é um dos desafios da educação básica no Brasil e que nossos alunos passaram um ano e meio imersos no ambiente virtual, optamos por trabalhar com coletâneas de textos jornalísticos e literários os quais deveriam ser lidos e discutidos em sala de aula.

Durante o processo, além de chamar a atenção para aspectos importantes da produção textual, o projeto fomenta a postura ativa dos alunos, que têm autonomia na escrita de seus próprios textos e no desenvolvimento de suas ideias particulares, sua própria visão do mundo.

A interação das turmas com a variedade de gêneros textuais parte da análise de temas diversos e atuais de modo a desenvolver habilidades orais e sistematizar o processo de escrita. Além disso, a professora acompanhou de perto a produção e conduziu debates que visam ampliar o repertório do grupo e inserir textos que apresentam informações diversas sobre a temática abordada. Posteriormente ao momento de produção, o professor analisa as produções e, na sequência, orienta os alunos para a reescrita, com o intuito de aprimorar o texto e consequentemente a aprendizagem.

Somente no segundo semestre, com a proposta de oficinas semanais, foram produzidos onze textos pelo 6° ano, onze textos e um vídeo pelo 7° ano, doze textos pelo 8° ano e onze textos pelo 9° ano, sendo que no nono ano trabalhou-se durante todo o quarto bimestre com as propostas dos vestibulinhos almejados pelos alunos.

É importante ressaltar que, além das oficinas semanais de redação, os alunos também têm aulas de Produção e Leitura de Texto com os professores Marcelo e Josi, nas quais trabalham exclusivamente os gêneros textuais propostos pelo material didático. Sendo assim, além dos textos produzidos no projeto, os alunos também tiveram as propostas das aulas de PLDET reforçando o nosso papel em criar uma geração de novos leitores que tenham domínio sobre a modalidade escrita e sobre os contextos de comunicação exigidos pelo meio social.

O filósofo e matemático Pitágoras costumava dizer que “as palavras são suspiros da alma” e nosso projeto conseguiu desenvolver ainda mais as habilidades de escrita dos nossos alunos para que eles pudessem externar sempre aquilo que está em suas almas. A única forma de aprender a escrever de fato, é escrevendo, portanto as oficinas de redação são importantes para a formação acadêmica, sim, mas principalmente para a formação humana uma vez que sem a escrita não há história e sem história não há legado.

Elis Vital Batista é natural de Cachoeira Paulista, tem 27 anos e é formada em Letras – Português/ Inglês pela Universidade de Taubaté. Amante de literatura e apaixonada por Língua Portuguesa, atualmente leciona no colégio Criar e Crescer.

Educação Infantil: Uma escola para a infância

A primeira infância é uma fase muito importante, pois é a base para o desenvolvimento do indivíduo como um todo. A curiosidade é nata nas crianças, o que faz com que elas constantemente busquem respostas. À medida que desenvolvem as competências linguísticas, começam a se expressar de outras formas. E, nesse momento, as competências físicas, emocionais e sociais se integram, propiciando o desenvolvimento cognitivo.

Onde e como a criança pode construir e interiorizar regras, saber compartilhar, aprender a lidar com as frustrações, conquistar autonomia, ser autoconfiante, desenvolver a coordenação motora e ser protagonista da sua história?

Na Educação Infantil, pois ela pode proporcionar tudo isso e muito mais. Por isso, o espaço escolar deve oferecer condições, meios e oportunidades para que a criança utilize seus conhecimentos prévios e construa novas aprendizagens. A criança aprende através de desafios em um ambiente atrativo e organizado. Ao ser desafiada, ela adquire novas formas de pensar, provocando a imaginação, o desenvolvimento da sensibilidade e a construção do conhecimento. O convívio com outras pessoas é outro aspecto fundamental, pois proporcionará a aprendizagem da diversidade, bem como o aprendizado de regras sociais e de convivência.

A parceria entre escola e família é o que vai consagrar todo o trabalho realizado na Educação Infantil, sendo que o respeito e a confiança são as bases que garantirão o sucesso dele.

Falando em Educação Infantil, o nosso trabalho com os alunos do Nível II, está organizado por Projetos que possibilitam um tratamento diferenciado dos conteúdos de aprendizagem, seguindo a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), possibilitando que a criança construa conhecimentos significativos. Nesse sentido, os desafios propostos promovem a construção de competências e habilidades, organizadas de forma que possam interagir como sujeitos ativos e criativos. São eles: Projeto Letramento Infantil, Raciocínio Lógico-Matemático, Contos, Psicomotricidade e o Projeto “Meu Supermercado” (exclusivo do CCC desde a época da sede antiga, que auxilia muito o desenvolvimento da leitura, escrita, empreendedorismo, matemática e cidadania). 

É uma alegria quando os nossos alunos utilizam o caderno formalmente pela primeira vez no Nível II, compreendendo o uso dessa ferramenta tão essencial para a aprendizagem, desde a sucessão das folhas, a frente e o verso, passando pelo espaço da linha e a escrita da esquerda para a direita, até a importância desta forma de registro. A utilização do caderno desenvolve nas crianças habilidades de criar e poder modificar, que serão base para toda a sua vida. Fazemos questão de mostrar aos pequenos o nosso primeiro caderno, denotando os laços afetivos que podemos criar através deste material.

 Além disto, o material semestral do POSITIVO, que além dos livros riquíssimos em conteúdos e vivências, possui uma plataforma digital interativa para toda a família, traz o ensino de maneira inovadora e muito significativa. Ver os meus alunos descobrindo, aprendendo e se desenvolvendo emocionalmente é muito gratificante, uma alegria e satisfação de saber que estou contribuindo de alguma forma na formação de seres humanos melhores. 

E a nossa tão esperada formatura do Nível II? A formatura, particularmente, carrega em si um significado muito especial: marca a passagem da criança para um novo ciclo de escolaridade. E esta conquista sempre é celebrada com muita alegria devido à sua importância. Vestindo formalmente a beca pela primeira vez, nossos alunos arrasam nas homenagens, discursos, apresentações, juramento, resultando em uma noite linda, especial e marcante para todos!

Desde pequena, admirava as minhas professoras, inclusive uma delas é muito especial para mim. Tenho o prazer de dividir os meus dias, partilhar experiências e conhecimentos com ela, a tia Mariléia, professora que me alfabetizou.

Sempre gostei de estudar e até dava aulas para as minhas bonecas. Logo cresci e fui cursar o Magistério, me formei e no ano seguinte fui cursar Pedagogia. Mas não sabia que logo encontraria um lugar que faria com que realizasse parte do meu sonho: fui fazer estágio no Colégio Criar e Crescer, no berçário, onde aprendi muito com a nossa querida Diretora e amiga Márcia. Terminando o estágio, permaneci no colégio como auxiliar de Educação Infantil e após dois anos assumi a sala do Nível II, onde leciono até hoje, completando 15 anos de muito amor!

 Em 2013 assumi as aulas de Língua Portuguesa e PLde T (Produção e Leitura de Textos) das séries iniciais do Ensino Fundamental (4º e 5º anos). Há dois anos fiz minha primeira pós-graduação em Psicopedagogia, que vem auxiliando a minha trajetória e atuação profissional. E desde então venho trilhando a minha história profissional fazendo parte desta família há 17 anos, a FAMÍLIA CCC, a qual me recebeu com muito amor e que tenho orgulho em fazer parte!

Para nós do CCC, educar é a arte de promover encontros: do homem com seu semelhante, da cultura com suas raízes, da arte com a vida, promover o entendimento do mundo e compreender melhor a vida. Despertar a curiosidade e criar a paixão pelo saber.                            

Forte abraço!

Professora Léslie Vieira

 

 

 

E foi mais uma Gincana C.C.C. …

E foi mais uma Gincana C.C.C…. Será?

Depois de um ano em que fomos separados dos nossos alunos, em que muito ensinamos, interagimos de forma tão diferente, com angústias mil criadas, obstáculos a serem superados, pudemos nos reunir e fazer “A GINCANA C.C.C.” Não! Não foi mais uma Gincana, com bem lindamente nosso hino exalta, foi “a Gincana”!!!

Essa atividade aqui no Colégio Criar e Crescer data de mais de vinte anos, quando fizemos a primeira edição de jogos, atividades recreativas e culturais, incentivando a formação de equipes, da colaboração e da competição saudável, próximo à semana da criança, durando três dias e desde sempre com o intuito de arrecadação solidária, afinal, juntos podemos fazer a diferença na comunidade local.

Desde a primeira edição, alguns de nós professores estivemos e estamos neste momento, que aos poucos, pela eloquência, pelo pertencimento e pela importância que demos, foi ficando nos corações dos alunos, sendo um dos eventos mais esperados de cada ano.

Três dias em que habilidades são mostradas fora da sala de aula, convivência exaltada, amizade e companheirismo entre as salas. Dança, música, conhecimento de mundo, vivências, esportes, jogos de habilidade e recreativos, criatividade: nossos alunos sempre deram show. 

Amparando tudo isto, os pais e familiares se envolvem, ajudam seus filhos a se organizarem, cedem suas casas para ser o local de ensaios, improvisam fantasias, movimentam os familiares para arrecadação. Irmãos e primos próximos em equipes separadas? Nunca!!! Motivos óbvios, não é?

E esse evento tão aclamado, tão comemorado e intenso foi um desafio para nós do C.C.C. no ano de 2021, pois tivemos receio de não conseguirmos contagiar, dos cuidados sanitários não serem seguidos, enfim, reflexos que a pandemia trouxe para as nossas vidas.

Mas, com fé nas crianças, planejamento com os professores, apoio imenso dos pais, resolvemos fazer. Adaptações necessárias, claro, mas na certeza de que a convivência social nesses três dias, o colégio como local de encontro e aclamação das relações sociais entre alunos, professores, seria muito válido. 

Ver o pátio cheio de alunos, todos de máscaras e não porque estavam fantasiados, mas pela obediência à todas as regras sanitárias, fazendo a vida acontecer, foi uma emoção inexplicável. Quem viu, sentiu!

E foi contagiante do primeiro ao último dia, quando o nono ano se despediu da Gincana e emocionou a todos os demais alunos.

E esta emoção perene também se deve à necessidade de estarmos seguindo a vida, com um pouco de normalidade diante do “novo normal”. 

E assim será: comemoraremos a vida, desenvolveremos nossas melhores potencialidades. Marcaremos vidas e seremos marcados. Vejam pois, a foto abaixo: gerações diferentes, pertencimento e vibração iguais. Momentos assim fortalecem o princípio de uma educação que liberta, constrói e reafirmam que o C.C.C. é mesmo um lugar de muita paixão.

Equipe C.C.C.