Meu filho está fazendo birra. O que eu faço?

Quem convive com crianças entre dois anos e meio e quatro, sabe o quanto é difícil para elas compartilhar brinquedos, objetos e também o quanto estão imperativas em suas vontades em qualquer ambiente. Pode parecer, mas não se trata de uma atitude egoísta. Essa é uma característica do desenvolvimento infantil e acontece porque as crianças ainda não sabem coordenar seu ponto de vista com o do outro e estão construindo a ideia de propriedade, ou seja, precisam aprender a diferenciar o que é dela, o que é do outro e o que é de todos. Que existe a vontade dela e a vontade do outro.

Essa fase do desenvolvimento infantil é chamada de egocentrismo e se refere a um pensamento realista centrado no ponto de vista da criança. Ela não conhece outras perspectivas diferentes das suas e acredita que todo mundo percebe, sente e pensa da mesma maneira, ou seja, o mundo gira em torno dela.

Nesse sentido, pais e educadores assumem grande responsabilidade ao ajudar as crianças a superar a fase do egocentrismo com tranquilidade, mediando situações de conflito. Nas interações familiares as crianças têm a oportunidade de conhecer e vivenciar o amor e a compaixão. E esses sentimentos, aos poucos, substituem o ato egocêntrico. Já a escola, tem papel socializador e ajuda a criança a fazer essa mudança de forma sadia ao impregnar valores como a solidariedade e o respeito ao desejo do outro nas atividades propostas. Além disso, na escola aprende-se as regras do convívio social e isso ajudará a criança, entre outras coisas, a tornar-se capaz de dividir, ouvir o outro e a esperar a sua vez.

Psicólogos afirmam que nessa fase a criança não consegue perceber o outro. Também não mostra empatia em se colocar no lugar de outras pessoas. Não gosta de compartilhar atenção ou pertences e precisa sempre ter suas vontades satisfeitas. Além disso, não vê necessidade de explicar aquilo que diz ou faz, porque acredita que será sempre compreendida e tem dificuldade em lidar com frustrações porque não percebe nada além do seu próprio desejo e sentimento.
Para demonstrar sua insatisfação e ter suas vontades atendidas, as crianças podem fazer birra para chamar a atenção dos pais e professores, demonstrar certa agressividade e até mesmo atitudes melancólicas, se fazendo de vítima diante das situações de conflito.

Nessa fase, a criança se opõe a quase tudo e é justamente essa oposição que vai ajudar a construção da sua identidade, ou seja, a criança descobre quem ela é através do que ela não é. Ele é menino porque não é menina, ela é criança porque não é adulto. É dessa forma que as crianças se diferenciam das outras.

Ao achar que possui um objeto, ou melhor, “todos” os objetos, a criança confunde o “ter” com o “ser”, ou seja, ao disputar um brinquedo a criança busca assegurar a posse da sua própria personalidade. Nas situações de disputa, o desejo de propriedade conta mais que o objeto em si.

Nesse processo, é importante ser paciente e mostrar firmeza. Durante as situações de conflito, auxilie a criança ajudando-a a identificar diferentes perspectivas e olhar a situação por outros pontos de vista. Se for a disputa por um brinquedo, por exemplo, explique por que o outro não quer emprestar ou sugira que brinquem juntos. Se for um lanche, sugira que troquem um pouquinho para que ambos possam experimentar o que o outro trouxe. O objetivo é envolver as crianças na resolução do problema, para que futuramente ela possa fazer isso com independência. Ao promover essas interações permitimos que as crianças construam sua identidade e reconheçam seu jeito de ser.

Não tenham medo do choro ou da birra. Sejam firmes e expliquem que nem tudo pode ser como ela quer. Algumas situações ela escolherá como quer e em outras, o adulto decidirá com a autoridade de família ou de escola. Assim, a criança vai se entendendo no ambiente e vai crescendo saudável e segura.

Quando não se faz esta correção, quando se permite demais as vontades das crianças, a tendência é que ela se torne cada vez mais imperativa, aumente seus desejos ou que se torne insegura quando adolescente. Então, façamos nossos papeis. Fácil? Claro que não. Mas dá certo.
E olhem, se bem construído este processo, quando o egocentrismo voltar lá na adolescência, tudo será mais ameno.

Um grande abraço!

Profª Me. Márcia Buzzato
Diretora e Mãe
Out/2022

PodCasts com todos os nossos alunos

Muito falamos que esta geração de crianças e adolescentes tem pouca escuta e que são apenas digitais, o que traz vários prejuízos ao seu desenvolvimento.

Mas, saber disto não melhora a problemática. É preciso agir para resgatar o que sabemos ser importante na caminhada destes meninos e meninas.

E, pensando nisto, aliando a um tema escolar (Folclore), desenvolvemos PodCasts com todos os nossos alunos.

PodCasts são uma ferramenta da modernidade, que em linhas gerais, caracterizam se por um conteúdo de áudio, mas que lembram programas de rádio ou os saudosos discos e cds, porém, divulgados em redes sociais.

Atenção e seleção auditivas, linguagem oral evidenciada, estrutura das narrativas, produção textual, cultura popular foram os nossos objetivos com o lindo trabalho desenvolvido.

Trabalhamos com fábulas, contos de esperteza, contos populares e até lendas urbanas.

O resultado?

Ah, basta escutar um e depois deste, outro, mais outro, mais outro e … encantamento puro!

Ouça aqui:

https://colegiocriarecrescer.com.br/podcasts/


Professora Márcia Buzzato
Diretora do CCC
Mestre em Educação

Pai, filha e CCC

Com seus 3 aninhos, a pequena Júlia saiu do Rio de Janeiro e seguiu com seus pais para o interior do Pará. Sua mãe havia conseguido um emprego numa grande multinacional do ramo da mineração e foram morar na pequena e pacata cidade de Ourilândia do Norte.

Nunca ouviu falar? Pois é, eu não estava brincando quando usei as palavras “interior”, “Pará”, “pequena” e “pacata”. Vamos lá, “dê um Google”! Afinal, se está lendo esse texto você está na internet. Viu? Aposto que sua definição de “fim de mundo” foi atualizada. 

A vida era boa por lá. A empresa providenciou tudo: moradia, saneamento, transporte, estruturou a cidade e levou a franquia de um dos melhores colégios do Brasil para que os filhos de seus funcionários tivessem a melhor educação. Vou explicar melhor: a empresa construiu um colégio, com prédios, quadra, pátio, parque, tudo ao lado do condomínio que fez para as famílias. 

Passada essa etapa, era hora de voltar. Ocorre que depois de 3 anos, acostumamos a  viver em cidade pequena, sem trânsito, sem filas e sem tiros. O carioca é um sujeito que conhece o som dos tiros. Sério, sou capaz de escrever um outro artigo inteirinho só enunciando as diferenças entre barulhos de tiro de pistola, de fuzil, de fogos de artifício, de escapamento de moto, etc. Definitivamente não era isso que eu queria pra minha filha. Decidimos então ir para a cidade da avó da Júlia: Cachoeira Paulista, que não é tão pequena, mas possuía tudo aquilo que aprendemos a gostar.  

A cidade era perfeita. Só havia um problema: a menina havia recebido um ensino de primeira linha em nível nacional. Encontraríamos algo assim por lá?

Após muita visita e pesquisa, o CCC finalmente entrou em nossas vidas. A grade e o sistema de ensino eram muito semelhantes ao que ela possuía no antigo colégio. A adaptação foi imediata. Tia Aline, Tia Leslie, Tia Márcia, foram maravilhosas. Série após série, o colégio sempre manteve o nível. Eu tenho a impressão que o Criar e Crescer tem como metodologia o “não parar quieto”. Tem sempre alguma coisa acontecendo, e tudo fundamentado em ensinar e/ou construir alguma coisa. 

Gosto da maneira que nossos filhos são protagonistas. Eu virei o “Pai do Júlia”. Meu nome de batismo eu não lembro mais. Deve ser a idade. Meu relacionamento com a Júlia é maravilhoso. Eu jurava que conforme crescesse a criança ficaria insuportável. Pois a gente se curte, gostamos de estar juntos, de fazer coisas juntos e de não fazer nada juntos. Atualmente ela está no oitavo ano. O ensino fundamental está perto de terminar, e com ele, esse ciclo de nossas vidas. Eu sei que no futuro, quando lembrarmos dessa época, o CCC estará lá. E que doces lembranças nós teremos. 

Você, papai e mamãe de alunos do CCC. Parabéns pela sua escolha de colégio. Acertamos.

Autor: Pai da Júlia.
Profissão: Pai Júlia.
Hobby: Ser pai da Júlia.

Educação que conscientiza sempre. Educação que transforma!

Didática, insurgências políticas e ação

O formato escolar inscrito na lógica da modernidade oferece aos professores e professoras novos problemas que necessitam de novas abordagens e altas doses de dinamismo nos processos de ensino-aprendizagem, estes cada vez mais significativos para que respondam aos desafios da sociedade contemporânea. As promessas de igualdade e cidadania para todos frente a complexidade e pluralidade de questões e sujeitos envolvidos nos processos de ensino-aprendizagem requer da escola mais do que produtividade, avaliação e resultados. Para além do domínio do conteúdo e aquisição de habilidades básicas, busca-se hoje estratégias que superem o tecnicismo, pois entendemos que a didática é mais do um conjunto de procedimentos e técnicas. A técnica pura torna a escola um espaço homogêneo, o qual entendemos que a escola não faz parte. A escola é um espaço multicultural, que abriga e acolhe diversos saberes, histórias e atores sociais. 

A universalização da escolarização limita-nos a torná-la mais eficiente. É preciso reinventar a escola. E reinventar não é negar sua relevância. Reinventar exige de nós conhecer nossos processos históricos e romper vínculos com uma visão homogeneizadora e monocultural. É necessário questionamentos como: Que conhecimentos estamos privilegiando? Quais conteúdos continuamos a inviabilizar? Analisar o contexto político, social, econômico e cultural da nossa realidade nos trará novas perspectivas na construção de um caminho repleto de desafios. 

Neste caminhar notamos inúmeras dinâmicas de transformação da sociedade marcada por retrocessos, avanços, conquistas e perdas de direitos, intensificação das desigualdades, violências, discriminação e intolerância. Um contexto onde precisamos superar o cansaço e as vezes a desesperança. E a pergunta que fazemos é: como vencê-los? A resposta é única: promovendo o diálogo como fonte da humanização.

Mobilizar saberes e ações, desenvolver processos educacionais que confrontem a lógica do apagamento histórico que rompam com a homogeneização e favoreçam o protagonismo dos sujeitos sociais silenciados.

Nos últimos anos uma crescente preocupação com as questões étnico-raciais projeta-se no cenário nacional. Vem se discutindo a problemática das relações étnico-raciais e das diferenças culturais, produzindo inúmeras reflexões e pesquisas não somente no Brasil, mas também em toda a América latina. Tais mudanças ocorrem a partir do crescimento da própria conscientização política de grupos sociais, intensificando a confrontação de seus direitos e defesa de suas identidades. 

A partir de tais reflexões é possível considerarmos o desenvolvimento de políticas para a educação escolar. O amadurecimento dos movimentos sociais provocou a intensificação de debates a respeito da problemática étnico-racial e em respostas do Estado surgiram novas propostas de inclusão. 

A Lei 10.639 instituiu a obrigatoriedade do ensino de história africana e afro-brasileira nos currículos escolares, alterando a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação Nacional (LDB) desde o ano de 2003. Logo, a escassez de informação sobre a história africana e afro-brasileira acaba por promover o racismo em diferentes esferas e magnitudes. A inclusão da história africana e afro-brasileira no currículo mínimo torna-se fundamental para romper com o racismo presente na sociedade brasileira e representa um desafio para a própria disciplina de história, em gerar estratégias de superação do racismo, construindo projetos e iniciativas que atuem na diminuição das desigualdades raciais.

Ação mobilizadora

No dia 20 de novembro é celebrado o dia da Consciência Negra (data inclusa no calendário oficial nacional desde 2011). No Colégio resolvemos dedicar uma Semana da Consciência Negra, realizada entre os dias 15 e 19 de novembro de 2021. Esta ação pedagógica teve como objetivo tratar parcialmente a História africana e afro-brasileira para além dos conteúdos contemplados pelo currículo mínimo na disciplina de História. 

A proposta de atividade que guiou os estudantes do ensino fundamental 2 foi a elaboração de cartazes compostos de textos e imagens de pessoas negras que fossem grandes nomes da História mundial e que gerassem admiração por seus feitos. Políticos, cantores e cantoras, atores e atrizes, escritores e escritoras, filósofos e filósofas – do passado e da atualidade, que de alguma forma contribuíram com seus talentos e saberes na luta pela inserção do negro na sociedade diante aos desafios que lhes são impostos. 

A iniciativa debatida com os estudantes teve como ponto de partida gerar visibilidade e informação a partir da perspectiva do protagonismo de tais atores sociais, evidenciando suas histórias, lutas, invenções, publicações, teorias, arte etc. para que o dia da consciência negra não fosse apenas uma data de celebração, mas, principalmente, um momento de reflexão sobre o papel das pessoas negras na sociedade. 

Por Professora Carol Araújo
Disciplina de História
Fevereiro 2022

Oficinas de Redação: Um Olhar para o Futuro

Durante todo o ano de 2021 um projeto de produção textual, idealizado pelas professoras Márcia Buzzato e Elis Vital, foi desenvolvido com os alunos do Colégio Criar e Crescer. Desenvolver um projeto como esse em um período pandêmico foi um grande desafio, pois produzir uma redação a punho próprio sempre teve um valor inestimável e não queríamos que se perdesse ao longo dessa complicada fase.

O projeto consiste em se trabalhar os gêneros textuais e virtuais propostos pela apostila e expandi-los. Dessa forma, o aluno passa a ter contato não somente com gêneros jornalísticos – que é o foco do nosso material didático – mas também com gêneros literários, os quais nossa escola tradicionalmente preza para que sejam trabalhados.

Escrever é consequência de ler, não é à toa que pessoas que escrevem muito bem normalmente têm hábito de leitura. Sabendo que o desenvolvimento de habilidades de leitura e escrita ainda é um dos desafios da educação básica no Brasil e que nossos alunos passaram um ano e meio imersos no ambiente virtual, optamos por trabalhar com coletâneas de textos jornalísticos e literários os quais deveriam ser lidos e discutidos em sala de aula.

Durante o processo, além de chamar a atenção para aspectos importantes da produção textual, o projeto fomenta a postura ativa dos alunos, que têm autonomia na escrita de seus próprios textos e no desenvolvimento de suas ideias particulares, sua própria visão do mundo.

A interação das turmas com a variedade de gêneros textuais parte da análise de temas diversos e atuais de modo a desenvolver habilidades orais e sistematizar o processo de escrita. Além disso, a professora acompanhou de perto a produção e conduziu debates que visam ampliar o repertório do grupo e inserir textos que apresentam informações diversas sobre a temática abordada. Posteriormente ao momento de produção, o professor analisa as produções e, na sequência, orienta os alunos para a reescrita, com o intuito de aprimorar o texto e consequentemente a aprendizagem.

Somente no segundo semestre, com a proposta de oficinas semanais, foram produzidos onze textos pelo 6° ano, onze textos e um vídeo pelo 7° ano, doze textos pelo 8° ano e onze textos pelo 9° ano, sendo que no nono ano trabalhou-se durante todo o quarto bimestre com as propostas dos vestibulinhos almejados pelos alunos.

É importante ressaltar que, além das oficinas semanais de redação, os alunos também têm aulas de Produção e Leitura de Texto com os professores Marcelo e Josi, nas quais trabalham exclusivamente os gêneros textuais propostos pelo material didático. Sendo assim, além dos textos produzidos no projeto, os alunos também tiveram as propostas das aulas de PLDET reforçando o nosso papel em criar uma geração de novos leitores que tenham domínio sobre a modalidade escrita e sobre os contextos de comunicação exigidos pelo meio social.

O filósofo e matemático Pitágoras costumava dizer que “as palavras são suspiros da alma” e nosso projeto conseguiu desenvolver ainda mais as habilidades de escrita dos nossos alunos para que eles pudessem externar sempre aquilo que está em suas almas. A única forma de aprender a escrever de fato, é escrevendo, portanto as oficinas de redação são importantes para a formação acadêmica, sim, mas principalmente para a formação humana uma vez que sem a escrita não há história e sem história não há legado.

Elis Vital Batista é natural de Cachoeira Paulista, tem 27 anos e é formada em Letras – Português/ Inglês pela Universidade de Taubaté. Amante de literatura e apaixonada por Língua Portuguesa, atualmente leciona no colégio Criar e Crescer.

Educação Infantil: Uma escola para a infância

A primeira infância é uma fase muito importante, pois é a base para o desenvolvimento do indivíduo como um todo. A curiosidade é nata nas crianças, o que faz com que elas constantemente busquem respostas. À medida que desenvolvem as competências linguísticas, começam a se expressar de outras formas. E, nesse momento, as competências físicas, emocionais e sociais se integram, propiciando o desenvolvimento cognitivo.

Onde e como a criança pode construir e interiorizar regras, saber compartilhar, aprender a lidar com as frustrações, conquistar autonomia, ser autoconfiante, desenvolver a coordenação motora e ser protagonista da sua história?

Na Educação Infantil, pois ela pode proporcionar tudo isso e muito mais. Por isso, o espaço escolar deve oferecer condições, meios e oportunidades para que a criança utilize seus conhecimentos prévios e construa novas aprendizagens. A criança aprende através de desafios em um ambiente atrativo e organizado. Ao ser desafiada, ela adquire novas formas de pensar, provocando a imaginação, o desenvolvimento da sensibilidade e a construção do conhecimento. O convívio com outras pessoas é outro aspecto fundamental, pois proporcionará a aprendizagem da diversidade, bem como o aprendizado de regras sociais e de convivência.

A parceria entre escola e família é o que vai consagrar todo o trabalho realizado na Educação Infantil, sendo que o respeito e a confiança são as bases que garantirão o sucesso dele.

Falando em Educação Infantil, o nosso trabalho com os alunos do Nível II, está organizado por Projetos que possibilitam um tratamento diferenciado dos conteúdos de aprendizagem, seguindo a BNCC (Base Nacional Comum Curricular), possibilitando que a criança construa conhecimentos significativos. Nesse sentido, os desafios propostos promovem a construção de competências e habilidades, organizadas de forma que possam interagir como sujeitos ativos e criativos. São eles: Projeto Letramento Infantil, Raciocínio Lógico-Matemático, Contos, Psicomotricidade e o Projeto “Meu Supermercado” (exclusivo do CCC desde a época da sede antiga, que auxilia muito o desenvolvimento da leitura, escrita, empreendedorismo, matemática e cidadania). 

É uma alegria quando os nossos alunos utilizam o caderno formalmente pela primeira vez no Nível II, compreendendo o uso dessa ferramenta tão essencial para a aprendizagem, desde a sucessão das folhas, a frente e o verso, passando pelo espaço da linha e a escrita da esquerda para a direita, até a importância desta forma de registro. A utilização do caderno desenvolve nas crianças habilidades de criar e poder modificar, que serão base para toda a sua vida. Fazemos questão de mostrar aos pequenos o nosso primeiro caderno, denotando os laços afetivos que podemos criar através deste material.

 Além disto, o material semestral do POSITIVO, que além dos livros riquíssimos em conteúdos e vivências, possui uma plataforma digital interativa para toda a família, traz o ensino de maneira inovadora e muito significativa. Ver os meus alunos descobrindo, aprendendo e se desenvolvendo emocionalmente é muito gratificante, uma alegria e satisfação de saber que estou contribuindo de alguma forma na formação de seres humanos melhores. 

E a nossa tão esperada formatura do Nível II? A formatura, particularmente, carrega em si um significado muito especial: marca a passagem da criança para um novo ciclo de escolaridade. E esta conquista sempre é celebrada com muita alegria devido à sua importância. Vestindo formalmente a beca pela primeira vez, nossos alunos arrasam nas homenagens, discursos, apresentações, juramento, resultando em uma noite linda, especial e marcante para todos!

Desde pequena, admirava as minhas professoras, inclusive uma delas é muito especial para mim. Tenho o prazer de dividir os meus dias, partilhar experiências e conhecimentos com ela, a tia Mariléia, professora que me alfabetizou.

Sempre gostei de estudar e até dava aulas para as minhas bonecas. Logo cresci e fui cursar o Magistério, me formei e no ano seguinte fui cursar Pedagogia. Mas não sabia que logo encontraria um lugar que faria com que realizasse parte do meu sonho: fui fazer estágio no Colégio Criar e Crescer, no berçário, onde aprendi muito com a nossa querida Diretora e amiga Márcia. Terminando o estágio, permaneci no colégio como auxiliar de Educação Infantil e após dois anos assumi a sala do Nível II, onde leciono até hoje, completando 15 anos de muito amor!

 Em 2013 assumi as aulas de Língua Portuguesa e PLde T (Produção e Leitura de Textos) das séries iniciais do Ensino Fundamental (4º e 5º anos). Há dois anos fiz minha primeira pós-graduação em Psicopedagogia, que vem auxiliando a minha trajetória e atuação profissional. E desde então venho trilhando a minha história profissional fazendo parte desta família há 17 anos, a FAMÍLIA CCC, a qual me recebeu com muito amor e que tenho orgulho em fazer parte!

Para nós do CCC, educar é a arte de promover encontros: do homem com seu semelhante, da cultura com suas raízes, da arte com a vida, promover o entendimento do mundo e compreender melhor a vida. Despertar a curiosidade e criar a paixão pelo saber.                            

Forte abraço!

Professora Léslie Vieira

 

 

 

E foi mais uma Gincana C.C.C. …

E foi mais uma Gincana C.C.C…. Será?

Depois de um ano em que fomos separados dos nossos alunos, em que muito ensinamos, interagimos de forma tão diferente, com angústias mil criadas, obstáculos a serem superados, pudemos nos reunir e fazer “A GINCANA C.C.C.” Não! Não foi mais uma Gincana, com bem lindamente nosso hino exalta, foi “a Gincana”!!!

Essa atividade aqui no Colégio Criar e Crescer data de mais de vinte anos, quando fizemos a primeira edição de jogos, atividades recreativas e culturais, incentivando a formação de equipes, da colaboração e da competição saudável, próximo à semana da criança, durando três dias e desde sempre com o intuito de arrecadação solidária, afinal, juntos podemos fazer a diferença na comunidade local.

Desde a primeira edição, alguns de nós professores estivemos e estamos neste momento, que aos poucos, pela eloquência, pelo pertencimento e pela importância que demos, foi ficando nos corações dos alunos, sendo um dos eventos mais esperados de cada ano.

Três dias em que habilidades são mostradas fora da sala de aula, convivência exaltada, amizade e companheirismo entre as salas. Dança, música, conhecimento de mundo, vivências, esportes, jogos de habilidade e recreativos, criatividade: nossos alunos sempre deram show. 

Amparando tudo isto, os pais e familiares se envolvem, ajudam seus filhos a se organizarem, cedem suas casas para ser o local de ensaios, improvisam fantasias, movimentam os familiares para arrecadação. Irmãos e primos próximos em equipes separadas? Nunca!!! Motivos óbvios, não é?

E esse evento tão aclamado, tão comemorado e intenso foi um desafio para nós do C.C.C. no ano de 2021, pois tivemos receio de não conseguirmos contagiar, dos cuidados sanitários não serem seguidos, enfim, reflexos que a pandemia trouxe para as nossas vidas.

Mas, com fé nas crianças, planejamento com os professores, apoio imenso dos pais, resolvemos fazer. Adaptações necessárias, claro, mas na certeza de que a convivência social nesses três dias, o colégio como local de encontro e aclamação das relações sociais entre alunos, professores, seria muito válido. 

Ver o pátio cheio de alunos, todos de máscaras e não porque estavam fantasiados, mas pela obediência à todas as regras sanitárias, fazendo a vida acontecer, foi uma emoção inexplicável. Quem viu, sentiu!

E foi contagiante do primeiro ao último dia, quando o nono ano se despediu da Gincana e emocionou a todos os demais alunos.

E esta emoção perene também se deve à necessidade de estarmos seguindo a vida, com um pouco de normalidade diante do “novo normal”. 

E assim será: comemoraremos a vida, desenvolveremos nossas melhores potencialidades. Marcaremos vidas e seremos marcados. Vejam pois, a foto abaixo: gerações diferentes, pertencimento e vibração iguais. Momentos assim fortalecem o princípio de uma educação que liberta, constrói e reafirmam que o C.C.C. é mesmo um lugar de muita paixão.

Equipe C.C.C.

27 anos do CCC

São 27 anos de história. Isso significa que nossos primeiros alunos do Ensino Infantil já estão na casa dos 30! Significa também que já passamos por tanta coisa, que podemos nos considerar um adulto maduro, que sabe exatamente o que fazer. Entre alegrias, desafios, dificuldades e comemorações, vivemos e aprendemos muito. 

Não estamos falando de um prédio de quase 30 anos, até porque nossa sede já foi em outro lugar. O Criar e Crescer é “orgânico” desde seu início. Quando estamos juntos não dá pra distinguir onde começa a equipe CCC e a sua família. Todo esse organismo trabalha para a formação e a educação de cada aluno. Começa na matrícula e segue para o resto de nossas vidas. O fruto desse lindo trabalho permanece nos alunos mais antigos. Aqueles mesmos que já passaram dos 30, terminaram faculdades, formaram famílias, etc. 

Abaixo um pouquinho dessa história em imagens. 

Você também tem sua história com o CCC? Envie imagens com data, nome do evento ou alguma informação sobre a ocasião em que foi tirada.

Antiga sede e antiga secretaria.

Antiga sede na Rua Barbosa Ferraz.
Com a mudança para a Sete de Setembro, a secretaria ficou na São Sebastião.

Desfile Sete de Setembro

Festa Junina

Aula de Música

Formaturas

Festa das Mães

Arte e Cultura

Projetos Interdisciplinares

Participação no Proerd

Professores queridos!

Educação Infantil

O que é ser índio? O que você sabe sobre a história indígena?

Tendo em vista nossa exposição Naurú, a professora Carol, da disciplina de História conta nos um pouco sobre os indígenas no Brasil.

Muito do que ouvimos a respeito dessas indagações são respostas carregadas de estereótipos e impregnadas de juízo de valor que distorcem os seus significados.

Em grande medida a falta de conhecimento no assunto geram discriminações e ajudam a perpetuar ideias falsas e discursos de ódio contra os indígenas. Junto a isso, ideias de que os índios são povos que vivem nus no interior da floresta ou de que estão desaparecendo são reproduzidas pelo senso comum, gerando um ciclo de interpretações equivocadas que somente são superadas através da informação, da escuta, do debate e da compreensão da realidade que nos cerca.

De acordo com o último censo realizado pelo IBGE no ano de 2010, existem cerca de 305 etnias e 247 idiomas étnicos falados no país, além dos grupos indígenas nunca terem desaparecido, esses números ainda crescem, o que torna mais instigante pensar que com toda essa diversidade por que será que os índios estiveram negligenciados por tanto tempo?

Até o século XIX os indígenas foram considerados selvagens, não-humanos, a quem os colonizadores possuíam o dever de civilizá-los e incorporá-los a sociedade envolvente, negando seus saberes e costumes e, praticamente, demonizando aspectos de suas culturas.

Os livros antigos de história estão repletos de uma narrativa que reproduzem o olhar do colonizador, seus valores e pontos de vista. Essa perspectiva histórica é carregada de uma visão eurocêntrica, ou seja, aquela que privilegia o lugar dos europeus na história, suas aspirações, feitos e formas de ver o mundo.

A aprovação da Lei nº 11.645 de 2008 que tornou obrigatório o estudo da história indígena nas escolas públicas e particulares do ensino fundamental e médio representou um grande avanço ao estimular os debates sobre as questões indígenas nas escolas. Isso ajuda a entender as diferenças e os diversos caminhos que trilham os agentes históricos, estimulando a empatia, a alteridade, de um olhar para outro e para si mesmo, incentivando os educandos a lidarem com respeito na convivência e a pensar a sociedade que queremos para o futuro. Trabalhar a História Indígena em sala de aula é retirar os indígenas dos bastidores e dar à eles um lugar de relevância na História do Brasil.

A implementação desta lei gerou inúmeras questões em torno de sua aplicabilidade, exigindo adequação curricular, reformulações pedagógicas e professores capazes de se reinventarem, a fim de minimizar os resquícios de um passado que invisibilizou os povos indígenas.

Falar sobre a questão indígena na escola é gerar mudanças necessárias para a construção de uma sociedade mais democrática onde seus direitos sejam garantidos e o reconhecimento e valorização da cultura sejam  respeitados nas diferenças.

Por fim, considerarmos que a questão indígena e suas diversas abordagens sejam elementos capazes de aproximar o educando do saber histórico em um ambiente atrativo onde se possa desenvolver o pensamento crítico e sua autonomia intelectual.

Professora Carolina Araújo

Imagem de capa foi editada a partir da foto de Jéferson Mota, Secom – Governo de Rondônia (http://www.rondonia.ro.gov.br/rondonia-trabalha-para-a-realizacao-dos-jogos-aberto-da-comunidade-indigena/)

Concurso de Redação: Cultura Caipira para além do preconceito

Trabalhar com incentivos à produção de textos e com a eficiência da leitura, têm sido um dos objetivos mais fortes da professora Elis, responsável pela Oficina de Redação do C.C.C.

Comemorando o dia de Monteiro Lobato, lançamos dois concursos para nossos alunos: Concurso Colagens do Picapau Amarelo para o Infantil e Fundamental 1, no qual produziram desenhos maravilhosos a partir de colagens dos personagens do Sítio e Concurso de Redação para o Fundamental 2.

Após discutirem um trecho do livro Urupês, de Monteiro Lobato, refletindo sobre a representação do caipira e do trabalhador rural , discutiu-se os estereótipos da época e como até hoje a cultura caipira é impactada pela obra de Lobato.

A proposta aos alunos foi de elaborar um texto, explanando sobre o lado positivo da cultura caipira e interiorana, sendo que dividiu-se em duas categorias: Nível 1 – alunos de sexto e sétimo anos e Nível 2 – alunos de oitavo e nono anos.

Professora Elis, Jeca Tatu, Monteiro Lobato e livro Urupês

Concomitantemente a este trabalho, o professor Jeralty, educador físico e músico, trabalhou com os alunos a viola caipira, compositores e cantores de música caipira , propondo muita música, sensibilidade e cultura. Foram momentos incríveis como o vivenciado abaixo:

Professor Jeralty

Textos lindos foram escritos e julgados por duas professoras incríveis Sônia Gonçalves- pedagoga, arte educadora e psicopedagoga e Michele Martins – professora licenciada em Letras. As vencedoras do concurso foram as alunas: Maria Laura Ribeiro da Silva Barbosa, 6º ano  e Lara Isabelle Sapuci, 9º ano.

O texto da Maria Laura fala da simplicidade como modo de vida, uma narrativa fictícia, mas com a singeleza da valorização do homem que realmente vive no campo. Já o texto da Lara é provocativo de uma reflexão ao termo caipira, cultura de um povo que vive no interior, assim como nós.  Ambos trazem à luz, reflexões sobre sociedade, o que muito precisamos, pois é conhecendo que se preserva ou transforma.

Abaixo estão os textos vencedores

Uma história caipira

Maria Laura Ribeiro da Silva Barbosa

Em um belo sertão morava um homem chamado Francisco, mais conhecido como Chico, um caipira com pouco conhecimento escolar, que fez os primeiros anos da escola apenas, pois no sertão não há muitas chances de escolaridade.

Chico fala com sotaque caipira e seu maior conhecimento é da vivência na roça, de suas tradições e seus costumes, o que não o torna menos que nenhum homem letrado.

Às vezes Chico vai para a cidade, mesmo não gostando muito, pois é acostumado no sertão, onde não há muita gente e de vez em quando, principalmente aos fins de semana, tem festa caipira, com culinárias, músicas e muita moda de viola.

Alguns acham que a cultura caipira é não ter conhecimento, mas agora o próprio Chico vai explicar o que ela é de verdade:

“Oi pessoar, vim aqui ixpricá pr’oces o que é cultura caipira. É uma cultura que tem muita tradição que passa di pai para fio. Mais oceis acha que ser caipira é só que mora no sertão e que não sabi das coisa. Ta errado porque eu tenho meu jeito de falar, todo mundo daqui tem seu lado caipira e não é porque mora na cidade que é mió. Cada um é do jeito que é.

Chico até quis aprender um pouco mais da escola, mas teria que sair do sertão, que não tem recursos para melhorar o aprendizado. Porém, cresceu e viu que não precisou sair do sertão, sua terra amada, onde tem seus amigos, sua família. Sua cultura e seu espaço o fazem ser o homem que é, no Brasil grande e diverso.

Maria Laura Ribeiro da Silva Barbosa

Cultura caipira para além do preconceito 

Lara Isabelli Sapuci

O próprio povo brasileiro tem uma visão equivocada do caipira. Sabemos que no Brasil, temos diferentes culturas e costumes, devido às influências que recebemos no passado de outros países. Cada região, desse modo, pode ter tendência de se achar superior ou inferior que outra, sendo que isso existe até mesmo dentro do próprio estado ou região, criticando modos, costumes e fala.

Nossas características únicas formam aquilo que nos enriquece, juntamente com outras características do Brasil. Porém, até nos dias atuais, a imagem do caipira ainda é a mesma descrita nos livros do Monteiro Lobato em Jeca Tatu:  pessoas preguiçosas e grosseiras.

No dicionário online, caipira é descrito como “que tem hábito e modos rudes devido ao pouco acesso ou convívio social”. Sendo definido o significado de uma de uma gíria popular, então vemos que há um preconceito culturalmente instalado. Mas, se pensarmos bem sobre isso, a imagem do caipira que existia é apenas uma lembrança, pois, por exemplo, hoje há acessibilidade maior à tecnologia para cada vez mais destas pessoas, o que não muda costumes como comidas e festas, que ainda são presentes na cultura nacional e local.

As  contradições e essa visão equivocada do caipira podem ser chamadas de hipocrisia, pois ao mesmo tempo que há orgulho das características culturais do lugar, também há julgamentos de pessoas deste espaço como incapazes, se comparados com aqueles que vivem no polo mais evoluído economicamente de uma região.

Somos parte de um todo, uma rica e diversa cultura, com cada região tendo suas comidas, festas, sotaques.  Acredito que a principal diferença entre a visão preconceituosa e a realidade caipira é: algo atrasado e preguiçoso no trabalho (preconceito) e não a simplicidade e os fortes costumes locais, não envolvendo o nível de capacidade intelectual ou da educação recebida. Somos tradicionais em algumas coisas, apenas diferentes em relação às pessoas de capitais ou de polos econômicos do país.

Lara Isabelli Sapuci