Escrever à mão é desafiador para a criança contemporânea. Em uma época de
intensa cultura digital, incentivar esse aprendizado requer domínio corporal, emoções
trabalhadas e organização cerebral.
Recentemente, um artigo chamado “ Handwrinting but not typerinting leads to
widespread brain connectivity: a high-density EEG study with implications for the
classroom” demonstrou que usar a escrita à mão aumenta a conectividade cerebral.
Para chegar a essa conclusão, os pesquisadores fizeram o experimento através de
EEG com 36 universitários, que tiveram sua atividade cerebral registrada enquanto
digitavam em teclado e depois escreviam à mão, palavras apresentadas visualmente.
Depois de comparar as imagens, os cientistas observaram que o uso da escrita à
mão ativava redes neurais mais amplas, estimulando as regiões central e parietal do
cérebro, sendo estas as responsáveis pela formação de memória e pelo processamento
de dados visuais.
Mas por que isso aconteceu? Porque ao aumentar a conectividade cerebral,
houve melhor entendimento e armazenação das informações. Então, os pesquisadores
defenderam o que nós professores já sabemos há bastante tempo: nossas crianças devem
continuar sendo alfabetizadas à mão, utilizando cadernos, folhas para registros. De
acordo com eles, com o ensino é possível desenvolver padrões de conexões cerebrais
ideais para aprenderem os conteúdos da vida escolar.
Claro que a ideia não é excluir o mundo digital, que possibilita rapidez e
facilidade para escrever e pesquisar. Tanto é que a própria Base Nacional Comum
Curricular, que norteia os trabalhos em educação, prevê o desenvolvimento da Cultura
Digital.
Agora pensemos no desenvolvimento da letra cursiva. Importante não é mesmo?
Nossas crianças do primeiro ano estão usando áreas motoras e de planejamento
no cérebro, juntamente com percepções visuais associadas ao processamento da
linguagem. Então, quanto significado e desenvolvimento.
Vejam os vídeos e imagens: